Close Menu

    Subscribe to Updates

    Receba as últimas notícias do Fatos do Brasil sobre política, economia e tudo que você precisa saber.

    O que há de novo

    Entre agulhas e ações penais

    18 de abril de 2025

    Operação prende seis suspeitos de manipular jogos de futebol

    10 de abril de 2025

    PF faz operação contra desvios de dinheiro público destinado à saúde

    10 de abril de 2025
    Facebook X (Twitter) Instagram
    Fatos do BrasilFatos do Brasil
    Demo
    • Página inicial
    • Brasil
    • Economia
    • Esportes
    • Estados

      Sargento da PMRJ tem prisão preventiva decretada por matar feirante

      10 de abril de 2025

      Celular Seguro começa a emitir alerta de bloqueio de aparelhos

      10 de abril de 2025

      PF e Exército apuram irregularidades em clubes de tiro no sul do RJ

      27 de março de 2025

      Prefeitura do Rio retira projeto de força municipal armada da Câmara

      27 de março de 2025

      Contra o sarampo, Rio terá vacinação na Central do Brasil

      27 de março de 2025
    • Saúde
    • Política

      Entre agulhas e ações penais

      18 de abril de 2025

      PF faz operação contra desvios de dinheiro público destinado à saúde

      10 de abril de 2025

      Motta diz que Câmara vai priorizar PEC da Segurança Pública

      10 de abril de 2025

      Greve de fome: Glauber acampa na Câmara após Conselho votar cassação

      10 de abril de 2025

      Juscelino Filho oficializa demissão do Ministério das Comunicações

      10 de abril de 2025
    Fatos do BrasilFatos do Brasil
    Home»Política»PEC das Drogas é inconstitucional e deve agravar cenário de violência
    Política

    PEC das Drogas é inconstitucional e deve agravar cenário de violência

    Especialistas defendem descriminalização e regulamentação
    fatosBy fatos23 de abril de 2024Nenhum comentário
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn WhatsApp Reddit Tumblr Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    O Senado aprovou, nesta terça-feira (15), em dois turnos, a proposta que inclui no artigo 5º da Constituição Federal a criminalização da posse e do porte de qualquer quantidade de droga ilícita.

    Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam que a medida, além de inconstitucional, deve agravar o cenário atual de violência, encarceramento e desigualdade social. A avaliação é que descriminalizar as drogas e promover uma regulamentação seria uma solução mais eficiente.

    A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) teve 53 votos favoráveis e nove contrários no primeiro turno, e 52 favoráveis e nove contrários no segundo turno.

    “É a demonstração de que o Senado Federal deu as costas para a Constituição e abraçou essa política de drogas racista, genocida, super encarceradora e que fortalece facções criminosas”, avalia o advogado Cristiano Maronna, diretor do Justa, centro de pesquisa que atua no campo da economia política da justiça.

    Para o especialista, a descriminalização e a regulamentação seriam mais eficientes do que a alteração aprovada no Senado. “É essa a direção em que países com democracias de alta densidade estão seguindo. Já o Brasil está no rumo seguido pelas autocracias e ditaduras”, disse o advogado, que é mestre e doutor em direito pela Universidade de São Paulo (USP).

    A PEC, que agora será avaliada pela Câmara dos Deputados, foi articulada após o Supremo Tribunal Federal (STF) voltar a pautar o julgamento da descriminalização do porte da maconha para uso pessoal, determinando a diferenciação entre usuário e traficante. Um pedido de vista do ministro Dias Toffolli suspendeu o julgamento em março. A matéria está em 5 votos a 3 para a descriminalização somente do porte de maconha para uso pessoal.

    Cristiano Maronna defende que o Supremo, ao votar o tema, está exercendo uma função típica de corte constitucional, que é declarar inconstitucional uma norma jurídica. “Além disso, o Supremo também exerce uma função contramajoritária ao impedir a ditadura da maioria política, quando a maioria política está alinhada para violar direitos fundamentais”, acrescentou.

    Proibição

    O advogado Erik Torquato, membro da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas, avalia que a proibição é ineficaz. Segundo ele, a criminalização gera um efeito colateral muito maior do que as próprias substâncias em circulação na sociedade. O especialista defende que a regulamentação é o caminho mais eficiente e racional. “As substâncias que mais causam danos sociais nas famílias e na sociedade, prejuízo ao atendimento público de saúde, não são criminalizadas. E uma política pública eficiente de controle de substância, que é o controle do tabagismo, passou longe da criminalização”, disse.

    Membro do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) e integrante da Rede Reforma, a advogada Cecilia Galicio destaca que não há no mundo precedentes de criminalização constitucional do uso de substâncias.

    “Acredito e torço por uma mobilização social não só capaz de reconhecer a indignidade da criminalização, como também em ações que discutam o movimento global de lidar com a questão do uso de substâncias sob a ótica dos direitos humanos, afinal, o tráfico de drogas é internacional, e não há solução local possível sem compreendermos esse fenômeno como um todo”, disse.

    A conselheira do Conad ainda ressalta que a PEC trata de um tema que o STF já sinaliza como inconstitucional. “Com a iminência da decisão do STF, a princípio, dependendo do andamento do julgamento e da votação final na Câmara, viveremos um período de vacância, no qual podemos estar tanto sob a égide de uma lei mais justa, que seria a descriminalização, para rapidamente voltarmos à regência de uma lei injusta e retrógrada como pretende o Senado”.

    STF

    Erik Torquato afirmou que a PEC das drogas é inconstitucional e uma afronta ao artigo 5º da Constituição, uma cláusula pétrea de proteção de direitos e garantias fundamentais, que se dedica a proteger os cidadãos contra arbítrios do Estado. Ele explica que o artigo só poderia ser alterado para expandir tais proteções e garantias, jamais para restringi-las. Isso porque a Constituição não permite a diminuição e o retrocesso de direitos.

    “Essa alteração que está sendo proposta [pelo Senado] insere no artigo 5º a restrição a um direito, a uma garantia fundamental, ele viola frontalmente o direito à intimidade, à vida privada, à dignidade, previsto na Constituição. Então o Supremo poderá ser chamado a se manifestar sobre isso, e ele pode se manifestar já dentro do recurso extraordinário [sobre descriminalização de drogas]”, disse.

    Em 2015, quando o julgamento começou, os ministros começaram a analisar a possibilidade de descriminalização do porte de qualquer tipo de droga para uso pessoal. No entanto, após os votos proferidos, a Corte caminha para restringir a decisão somente para a maconha. A legislação atual, além de prever penas, ainda que atenuadas, para quem for pego portando drogas para consumo próprio, não define a quantidade que difere o traficante do usuário. 

    Conforme os votos proferidos no STF até o momento, há maioria para fixar uma quantidade de maconha para caracterizar uso pessoal, e não tráfico de drogas, que deve ficar entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de Cannabis. A quantidade será definida quando o julgamento for finalizado. No caso concreto que motivou o julgamento no STF, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O acusado foi detido com três gramas de maconha.

    Violência policial

    Para o especialista da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas, uma vez incluída a criminalização dos usuários na Constituição, haverá um aumento da repressão. “Sem sombra de dúvida, com a promulgação dessa emenda constitucional que criminaliza os usuários, aqueles que atuam na repressão ao varejo e ao consumo se sentirão ainda mais legitimados para implementar a política que já é implementada de combate às drogas”, disse Torquato.

    Além disso, ele aponta que a PEC das Drogas representa a garantia do comércio de substâncias ilícitas centralizado no crime organizado. “É a constitucionalização do monopólio do tráfico de drogas na mão do crime organizado. Ou seja, é um desserviço à sociedade o que o Congresso Nacional está prestes a fazer.”

    O advogado ressalta que o desdobramento mais natural da PEC é o acirramento de uma disputa de narrativa, no âmbito da criminalização de usuários e da perseguição violenta ao varejo de tais substâncias, o que tem o potencial de impactar uma população já vulnerável, residente em áreas de pouca assistência social, de baixo desenvolvimento humano, como as periferias das grandes cidades e o interior dos estados.

    “[Locais] onde o Poder Público se mostra muito deficiente na garantia dos direitos e garantias fundamentais – saneamento básico, educação, segurança – e onde os grupos armados têm uma presença mais efetiva, que é também onde o combate violento ao comércio dessas substâncias ocorre. Certamente, os jovens pretos periféricos que moram nessas zonas de baixo desenvolvimento humano, nas periferias, nas favelas, eles se tornarão ainda mais vulneráveis a uma política de repressão que é violenta, estigmatizante e criminalizante”, alerta.

    Cristiano Maronna enfatiza que o voto do ministro do STF Alexandre Moraes, neste caso da descriminalização, escancarou o modo disfuncional como a lei de drogas é aplicada atualmente, já que a mesma quantidade para um jovem negro periférico caracteriza tráfico e para pessoas brancas em bairros nobres caracteriza uso pessoal.

    “O ministro faz um verdadeiro libelo contra o sistema de justiça – polícia, Ministério Público e judiciário – ao reconhecer que, depois que a lei de drogas entrou em vigor, usuários negros, pobres, periféricos e com baixa instrução passaram a ser tratados como traficantes em comparação com pessoas brancas flagradas com a mesma quantidade de drogas. Para o Senado Federal, essa situação não é um problema, isso não sensibilizou os senadores”, disse.

    Saúde

    Em relação a pessoas que fazem uso abusivo de drogas, Maronna aponta que a PEC fala em tratamento e avalia que isso se configura “um risco de massificação das comunidades terapêuticas, de implementação de medidas higienistas, como a internação forçada, que tem um índice baixíssimo de eficácia”.

    Erik Torquato reforça que o tratamento de pessoas que fazem uso abusivo de substâncias jamais poderia estar previsto numa norma de cunho criminal. “Tratar pessoas que são doentes dentro de uma norma penal é um contrassenso, é criminalizar a condição de saúde da pessoa. É dizer que uma pessoa está doente porque ela é criminosa, ou é criminosa por estar doente”, disse.

    Segundo ele, a criminalização dessas pessoas, promove, na verdade, seu afastamento dos equipamentos de saúde, cuidado e atenção. “Nós estamos afastando essas pessoas de uma atenção humanizada, de uma política pública humanizada. É inadmissível tratar aquilo que é assunto de saúde pública numa norma criminalizante.”

    Diretora-executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Marina Dias aponta que a lei de drogas aprovada em 2006, embora tenha problemas, muda o olhar em relação ao usuário, passando a ter uma perspectiva mais humanista e integrativa, além de despenalizar.

    “Quando se traz a criminalização de novo, novamente afasta esse cidadão da política de saúde pública. Tem aí um recado de que aquilo que ele faz é crime. E joga-se para debaixo do tapete um problema que é super importante de ser enfrentado a partir de uma perspectiva de saúde, a partir de uma perspectiva de educação, de conscientização”, avalia.

    Ela reafirma a inconstitucionalidade da proposta de emenda à Constituição sobre as drogas, já que restringe as garantias fundamentais e individuais.

    “São vários passos atrás, é um retrocesso tremendo e não existe nenhum precedente em outro país democrático de levar para a Constituição Federal a criminalização de qualquer droga”, finaliza.

    A Agência Brasil pediu posicionamento do Ministério da Justiça e do Ministério dos Direitos Humanos sobre desdobramentos e impactos da PEC das Drogas em políticas públicas e no contexto de violação de direitos, mas não obteve resposta até a conclusão da reportagem.

    Via Agência Brasil / Camila Boehm

    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Telegram Email
    fatos
    • Website

    Related Posts

    Entre agulhas e ações penais

    18 de abril de 2025

    PF faz operação contra desvios de dinheiro público destinado à saúde

    10 de abril de 2025

    Motta diz que Câmara vai priorizar PEC da Segurança Pública

    10 de abril de 2025
    Leave A Reply Cancel Reply

    Notícias principais

    Renato Lima, Secretário de Governo de José Sarto, é acusado de extorsão e má conduta na reta final do mandato

    10 de novembro de 2024

    Brasil estreia no Pré-Olímpico de futebol com 1 a 0 sobre a Bolívia

    19 de janeiro de 2021

    Trump vence primárias republicanas em New Hampshire

    29 de janeiro de 2024

    Salário mínimo de R$ 1.412 entra em vigor nesta segunda-feira

    29 de janeiro de 2024
    Não perca
    Política

    Entre agulhas e ações penais

    By fatos18 de abril de 2025

    Mesmo com processo no STF, Geddel dá repaginada no visual e é flagrado em clínica…

    Operação prende seis suspeitos de manipular jogos de futebol

    10 de abril de 2025

    PF faz operação contra desvios de dinheiro público destinado à saúde

    10 de abril de 2025

    Governo vai propor isenção de energia para até 60 milhões de pessoas

    10 de abril de 2025

    Assine nosso newsletter

    Receba as últimas notícias do portal Fatos do Brasil em seu e-mail.

    Quem somos
    Quem somos

    Bem-vindo (a) ao portal de notícias Fatos do Brasil. Somos uma plataforma de comunicação sobre o Brasil e para os brasileiros. Aqui, acreditamos que a informação é uma ferramenta poderosa de prestação de serviço ao cidadão e, por isso, trabalhamos com o bom jornalismo: sério, imparcial, transparente e responsável.

    Junte-se a nós na busca pela verdade e na construção de uma sociedade bem informada e participativa.

    contato@fatosdobrasil.com.br

    Últimas notícias

    Entre agulhas e ações penais

    18 de abril de 2025

    Operação prende seis suspeitos de manipular jogos de futebol

    10 de abril de 2025

    PF faz operação contra desvios de dinheiro público destinado à saúde

    10 de abril de 2025

    Governo vai propor isenção de energia para até 60 milhões de pessoas

    10 de abril de 2025
    Mais populares

    Jogos de Paris: Brasil confirmado no levantamento de peso e taekwondo

    16 de abril de 2024

    Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética

    6 de maio de 2024

    Sobretaxas vão prejudicar os próprios Estados Unidos, diz Lula

    27 de março de 2025

    Brasil estreia no Pré-Olímpico de futebol com 1 a 0 sobre a Bolívia

    19 de janeiro de 2021
    © 2025 Fatos do Brasil. Todos os direitos reservados.
    • Página inicial
    • Brasil
    • Economia
    • Esportes
    • Estados
    • Saúde
    • Política

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.